A prosopopéia e a linguagem
Dois corpos na areia da praia
Areia da praia varrida pelo vento e pelo mar
Ondas chispadas de sal
Ondas de areia e de vento ao longo
Palavras que resistem à água
A vara e a areia
A alma e o confinamento
A pele e as cicatrizes de letras
O poema e a areia
O mar e o pensamento
A soltura do infinito velado
Linguagens que não são linguagens
Palavras que não são palavras
Quem irá lê-las?
Antes do trago da maré
Antes que os grãos se unam?
Quem irá transformar em linguagem o comunicado sem destino?
Dois corpos na areia da praia
A vara e os grãos
O silêncio e as ondas repetidas
A linguagem e a água que a leva
Sem destino, inerte e vazia.
(PF 21/06/1999)
quinta-feira, 19 de junho de 2008
LINGUAGENS
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Escrever é tatear as idéias com os dedos
Como nestas pinceladas digitais
É o esmero das palavras
Que surgem em borbotões sem sentido
Captam-se e revelam-se em sinais
Remete-me ao limiar da égide
Viagens sem par
Onde me sinto livre verdadeiramente
Único condutor de mim
Sem destino neste mar
Interminável odisséia
Viagens... viagens...
O que resta são sinais precisos
Do que dentro de mim
Ecoa como frases virgens
Este exercício me mantém calmo
Conciso em meu palmar
Pasmo de tantas luas a ver
Inquieto por mais e mais
22/09/1998 PF
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