segunda-feira, 11 de maio de 2009

O PENSAMENTO (pub. no O Bardo #5)



Este é o reino que impero
Em castelos erguidos de paralelos de ilusões
Aqui busco, e encontro sempre,
Legítimas e apreciadas formas

Dão-se perfeitas e puras
Pois assim nascem
Não como filhos, rebentos
Mas como pedras que jorram em feldspatos incandescentes

Surgem, abalando a semântica
Rompem todas as barreiras
Queimam e depois esfriam
E assim para sempre permanecem
Imutáveis, intocáveis

Neste claríssimo mundo
Encontro os gestos verbais
De meus mais secretos signos

Permitem jogar sem regras
Sem tática, sem lógica, apenas a parição
Em desdobros de eras sazonais
Na pretensão galhofa de grafar meu julgo.

(Paulo Ferreira - 29/06/1998)