sexta-feira, 11 de abril de 2008

SEM TÍTULO – pub. no Bardo #07



Rostos grandes, de olhos esbugalhados
A respiração falhando na mão
Areia ao vento entre as linhas do tempo
e o corpo que pulsa compassadamente

E agora? Haja tempo
Haja fôlego no peito
Haja calo no pé, haja
Haja dias cintilando nas manhãs

A bruma que excita os seus dusis
e comem todas as folhas de outono
e fazem voar as almas insones
enquanto houver saudade

Suas orelhas agora estão sujas
flexíveis, abanam e balançam
O sereno frio que mantém os dias retos
aqueles, nos quais era chamado de louco

Que não haja tempo de ter motivo
de ouvir o som das folhas de outono
Embalo de mundo que cai das árvores
Sinfonia de pneus que as tocam lá na rua

(Paulo Ferreira p.1997 ver.18.07.07)

Nenhum comentário: