quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A TARDE



Livre
a linha quase reta do horizonte
em curvas
vai cortando e definindo
uma velha e surrada colcha de retalhos de diversos tons
ora verde, carregado e profundo
passando por cinza até a nulidade marrom

Céu baixo.
Opressivo azul infinito em cúpula virada
Molde impreciso e volátil do mosaico vivo
Céu pressago que explode em azul locaz
comprimindo tudo em um afago suave

No centro deste círculo total, nesta terra
os olhos podem até perder a órbita
à boca da cratera, em um giro
receber o mundo nos braços
sentindo-o mais próximo entre os dedos

(Paulo Ferreira – Bahia - 02/02/2000)

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